sexta-feira, 25 de fevereiro de 2000

Beato Sebastián de Aparicio


Religioso franciscano espanhol nascido na região rural de La Gudiña, Orense, que fez fortuna como empresário no México, construindo estradas e explorando negócios com meios de transporte e que, posteriormente, com mais de 70 anos, entrou para a Ordem Franciscana e tornou-se um generoso benfeitor dos pobres, distribuindo sua riqueza.
De origem campesina, era o terceiro filho dos lavradores Juan Aparicio e Teresa Prado, e cresceu analfabeto, trabalhando os animais domésticos da fazenda, na agricultura da terra e em profunda religiosidade.

Depois da morte dos pais assumiu os serviços da fazenda, mas ao ouvir as histórias do Novo Mundo, passou a sonhar com a América. Aos 20 anos decidiu-se pela aventura e partir para novos caminhos onde pudesse ganhar dinheiro e para melhorar a situação econômica de seus parentes. Partiu para Castilla, depois Padornelo, Sanabria e Zamora até chegar a Salamanca. Desinteressado por estudos, trabalhou duro enquanto a idéia de ir para a América não lhe abandonava.



Finalmente (1533) embarcou no porto de Sanlúcar de Barrameda, como faziam naquela época milhares de aventureiros, soldados, mercadores, lavradores, missionários etc, para a Nueva España, em busca do eldorado americano.Depois de três meses de navegação desembarcou em Vera Cruz e seguiu para a nova cidade fundada (1531) pelo franciscano Toribio de Benavente para receber os imigrantes: Puebla de los Angeles.


Pés do Beato Sebastián de Aparicio

Começou como lavradores com a facilidade e a abundância de terras logo prosperou com suas pastagens e aumentando o rebanho de bovinos e cavalos. Dois anos depois (1535) percebeu o filão e começou a investir no transporte de mercadorias e passageiros entre Vera Cruz, Publa, Cidade do México e outras localidades e assim transformou-se no primeiro empresário do ramo na história do país.

Em menos de 20 anos de investimentos em meios de transporte e estradas, já era um dos homens mais ricos do México. Vendeu sua transportador (1552) e comprou uma grande propriedade cultivável entre Tlalnepantla e Atzcapotzalco, próxima da capital mexicana e passou a praticar benevolências com todos os pobres e necessitados que o procuravam. Aos 51 anos mudou-se para Atzcapotzalco e cinco anos depois, casou-se na igreja franciscana do convento de Tacuba, mas um ano depois sua esposa faleceu e casou-se novamente dois anos depois, então com María Esteban, que também morreria apenas oito meses depois.


Muito doente, resolveu não mais se casar e se dedicar aos pensamentos cristãos e se retirou para o convento franciscano de Tlalnepantla e começou a distribuir suas riquezas entre os pobres. Dou, por exemplo, 20.000 pesos (1573) para o convento das Pobres Clarissas da Cidade do México. Vestiu (1574 ) o hábito franciscano, como noviço, no convento de San Francisco de México.

Viveu o resto de seus dias pregando e praticando caridade, humilde e infatigável, enquanto sofria de uma doença nunca identificada.



Morreu em Puebla de los Angeles (1600) e foi sepultado no convento local de San Francisco, onde seu corpo que hoje se encontra exposto em uma redoma transparente, misteriosamente não se decompôs, gerando romarias e venerações. Foi beatificado pelo papa Pío VI el 17 de maio (1789) e sua festa votiva é comemorada no dia 25 de fevereiro.


Reportagem sobre o Milagre:

terça-feira, 22 de fevereiro de 2000

Santa Margarida de Cordoba





Santa Margarida nasceu na cidade de Laviano, diocese de Chiusi, na Toscana, em meados o século XIII.

De sua primeira infância, nada se sabe a não ser que perdeu a mãe quando tinha sete ou oito anos de idade.

Como acontece com certa freqüência, a madrasta que veio preencher o lugar de sua progenitora, dois anos depois de sua morte, começou a tratá-la mal, encontrando defeito em tudo o que ela fazia.


Ora, Margarida tinha um coração terno e uma natureza ardente. E não encontrando em casa o afeto de que necessitava, foi procurá-lo fora.

Tornou-se uma formosa adolescente, cheia de graças e encantos. Isso constituiu sua desgraça.

Quando contava 15 anos, o filho do senhor de Montepulciano dela se enamorou e convenceu-a a ir viver com ele pecaminosamente, prometendo-lhe que futuramente haveriam de se casar.


Os remorsos de consciência foram abafados.

 
Em meio ao luxo, às festas, aos passeios, Margarida reprimia sua consciência, que de tempos em tempos, como um aguilhão, a torturava.

 Mais tarde ela dirá:

“Em Montepulciano perdi a honra, a dignidade, a paz; perdi tudo, menos a fé”.


E era essa fé que aflorava e a fazia sonhar com outra vida muito diferente da que então levava.

Algumas vezes, por exemplo, vendo certos lugares recolhidos, comentava:

 “Como seria bom rezar aqui!

Que lugar próprio para se levar uma vida penitente e solitária”.


Mas novas jóias, novas festas, novas promessas abafavam esses bons movimentos de seu coração.


Certa vez em que algumas damas elogiavam sua beleza, ela respondeu profeticamente:

“Não façam caso disso.

Chegará o dia em que vocês me tratarão como santa e irão, com o bordão na mão, visitar meu túmulo”.

Assim, Margarida viveu nove anos nessa união ilícita, contrária à Lei de Deus, quando sobreveio um acontecimento dramático que deveria mudar sua vida.


Visão funérea e graça da conversão

Certo dia seu concubino não voltou para casa, e nem no dia seguinte.

Aflita, Margarida viu chegar apenas a cadelinha dele, que, ganindo tristemente, a puxava pelo vestido, indicando-lhe que a seguisse.


Margarida, ansiosa, seguiu o animal até um bosque nas imediações, onde encontrou um amontoado de galhos que o animalzinho esforçava-se para levantar.

Tirando os galhos de cima, deparou com o cadáver de seu concubino apunhalado, envolto em sangue, e que já começava a dar os primeiros sinais de putrefação.

Ante essa sinistra visão, ela deu um grito e caiu desmaiada.



Foi o golpe de misericórdia da Providência.

Apenas voltando a si, Margarida pensou sobre o destino eterno daquele de quem fora cúmplice no pecado.

 Encheu-se de tal horror de sua existência pecaminosa, que, naquele momento, fez o propósito de mudar inteiramente de vida.

No lar paterno, rejeitada pela madrasta

Depois do enterro do infeliz jovem, Margarida vendeu tudo o que tinha, distribuiu entre os pobres e, vestida muito simplesmente de preto, retornou à casa do pai, pedindo perdão e abrigo.

O pai comoveu-se, mas a seu lado estava a madrasta, que imediatamente exclamou: “Ou ela ou eu!”.


A porta da casa paterna foi-lhe então cruelmente fechada.


Desolada e sem saber o que fazer, sem recursos e sem residência, no auge da provação, Margarida sentou-se num tronco à beira do caminho.

 O demônio logo entrou em cena, tentando-a:

“Você tem somente 26 anos e está no auge de sua formosura.

Muitos outros pretendentes surgirão.

Vamos, erga a cabeça e recomece de novo a vida de fausto e de alegria!”.

“Não! –– exclamou Margarida, resoluta.

Já ofendi muito a Nosso Senhor, que verteu seu sangue inocente por mim.

Mais vale a pena mendigar o pão que voltar ao pecado”.

Nesse momento outra voz, a da graça, se fez ouvir:

“Em Cortona os filhos de São Francisco compadecer-se-ão de ti e dir-te-ão o que fazer”.

Nessa época Cortona era uma república, com administração autônoma.

Era próspera e tinha vida religiosa intensa.

A pobre Margarida, sem conhecer ninguém, procurou o convento dos frades franciscanos.

Duas damas locais, Marinaria e Romeria Boscari, a encontraram e ficaram comovidas ao ver sua profunda tristeza e o sofrimento que se exprimia em seu rosto.

Com bondade, perguntaram-lhe se precisava de algo.

Margarida abriu-lhes a alma, contou seus pecados e sua inspiração de procurar os franciscanos da cidade.

As duas nobres senhoras ofereceram-lhe abrigo em sua casa, e elas mesmas a apresentaram a Frei Bevegnati, varão venerável por sua virtude, que depois viria a escrever a história de Margarida.

 Esta, entre lágrimas e suspiros, fez uma confissão geral tão minuciosa, que durou oito dias.

Pediu depois admissão na Ordem Terceira franciscana, também chamada da Penitência.

Radicalidade na penitência obtém o perdão divino

Preocupada em evitar uma recaída no pecado, Margarida cortou a formosa cabeleira, que tanto orgulho lhe causara, expôs o rosto ao sol para perder seu frescor, e examinava como reparar seu escândalo.

 Passou a dormir no solo e a alimentar-se apenas de ervas.

Certo domingo apareceu ela em Laviano na hora da Missa mais freqüentada, com uma corda ao pescoço, e ali, em altas vozes, pediu perdão a seus concidadãos pelo mau exemplo que lhes dera.

Outra vez, em Cortona, Margarida fez-se arrastar com uma corda ao pescoço pelas ruas da cidade, enquanto uma mulher gritava:

“Eis esta Margarida, que perdeu tantas almas;

eis esta pecadora, que profanou tanto nossa cidade”.

No intuito de se humilhar, muito mais coisas teria feito, se a obediência lhe tivesse permitido.

Margarida passava horas e horas de joelhos diante do Crucifixo, chorando por seus pecados.



 Seu arrependimento foi tão profundo e sincero, que um dia o Crucificado disse-lhe:

“Teus pecados te são perdoados”.

Outra vez, quando em prantos meditava na Paixão de Nosso Senhor, Este perguntou-lhe:

“Que queres, minha pobre pecadora?”.

E Margarida, num transporte de amor, respondeu:

“Senhor Jesus, não quero senão a Vós, e não procuro senão a Vós”.

Participação na Paixão do Divino Redentor

Em pouco tempo Margarida passou a ser visitada por elevadas graças místicas.

 Narra seu confessor e biógrafo:

“Pediu-me que não me ausentasse do convento, porque Deus lhe preparava algo extraordinário.

Depois da Missa conventual, ela foi arrebatada em espírito.

À sua vista desenrolou-se o drama da Paixão.

Viu o Salvador vendido pelo beijo de Judas, negado por São Pedro, abandonado pelos Apóstolos, insultado pelos pretorianos.

Ouviu os golpes dos açoites, os gritos do populacho, o ruído do martelo quando Lhe cravavam mãos e pés. Explicou-me as cenas da Paixão, sem conhecer a presença da população de Cortona, que havia vindo para presenciar tão extraordinário fato. Tinha os braços em cruz, e as contrações de seu rosto refletiam a violência de suas emoções. À mesma hora em que expirou a vítima do Calvário, inclinou a cabeça e pareceu também que ela expirava.

Os que estavam presentes não cessavam de soluçar”.

Outra vez, acabrunhada pelo peso das tentações, gemia aos pés do Crucifixo.

 Disse-lhe Nosso Senhor:

“Tem ânimo, minha filha, por mais violentos que sejam os esforços do demônio, pois Eu estou contigo no combate, e sempre sairás vitoriosa.

 Sê fiel a todos os conselhos do teu diretor;

confia cada dia mais e mais em minha bondade,

desconfia de ti mesma, e com o socorro de minha graça triunfarás do inimigo”.


De vários lugares, desde Roma até a Espanha, vinham pessoas ver a que se tornou “a taumaturga de Cortona”, pela fama dos milagres por ela operados.

Pedia-se, por sua mediação, a conversão de pecadores, a cura de enfermos, a liberação de endemoniados.

Foi graças a Margarida que os güelfos, partidários dos Papas, fizeram as pazes com os gibelinos, partidários do Imperador alemão, depois que ela, por ordem de Deus, correu pelas ruas de Cortona gritando:

“Cortonenses, fazei penitência e reconciliai-vos com vossos inimigos”.

Nosso Senhor afirmou lhe nessa ocasião:

“Cortona merecia ser castigada,

 mas, pelo amor que te tem, Eu a perdoarei”.


O Divino Salvador também fez-lhe o seguinte elogio:

“Tu és a terceira luz dada à Ordem de meu bem-amado Francisco.

Ele foi a primeira, entre os Frades Menores;

Clara foi a segunda, entre as monjas;

tu és a terceira, na Ordem da penitência.

Com esmolas recebidas Margarida fundou o Hospital de Santa Maria da Misericórdia, para cuidar dos pobres da cidade, a cargo de suas irmãs da Ordem Terceira Franciscana reunidas em uma Congregação por ela fundada, a das Poverelle. Muitos milagres, que o limite deste artigo não permite transcrever, foram operados por intercessão da penitente de Cortona.


ALTAR TÚMULO DE SANTA MARGARIDA DE CORTONA

A visão porém, mais consoladora que Cristo lhe concedeu, foi uma, pouco antes do feliz trânsito, em que Jesus, anunciando-lhe a proximidade da morte, assegurou-lhe a completa remissão dos pecados passados e que sua alma iria para o céu, acompanhada de todas as almas do Purgatório, que deviam a libertação às suas orações e boas obras. Com santa impaciência aguardou Margarida a chegada desta feliz data. Era o dia 22 de fevereiro de 1297.

Seu corpo, transcorridos mais de 700 anos de sua morte, continua incorrupto.



 Ele pode ser visto num relicário de cristal, exposto na Basílica dedicada à sua honra, em Cortona.


Corpo de Santa Margarida de Cortona


terça-feira, 15 de fevereiro de 2000

Serva de Deus Maria de Jesus de León y Delgado

Maria nasceu em 1643 nas Ilhas Canárias. Desde muito jovem, Maria foi agraciada com dons místicos. Ela poderia abrir as portas da igreja da cidade orando a Jesus. Além disso, uma árvore de louro em particular recusou-se a crescer, exceto quando cuidada por Maria. Ela foi adotada por sua tia após a morte de seus pais.


A tia queria deixar a fazenda para Maria quando ela morresse, mas ela recusou, juntando-se às freiras da Segunda Ordem Dominicana depois de ter uma visão em um sonho. Ela viveria no mosteiro pelo resto de sua vida. Durante esse tempo, ela realizou muitos milagres. Certa vez, sua medalha devocional de Nossa Senhora da Solidão foi quebrada e consertada alguns dias depois. Outra vez ela levitou na frente das freiras. Ela também tinha êxtases em que sentia a presença de Deus.


Maria fez amizade com um pirata chamado Amaro Rodríguez Felipe, cuja irmã era companheira de quarto de Maria no mosteiro. Amaro mais tarde teve um estranho encontro em Cuba, quando brigou com outro pirata. Quando o homem estava prestes a matar Amaro, Maria apareceu e o resgatou. Ela estava no mosteiro o tempo todo. A bilocação (estar em dois lugares ao mesmo tempo) é um milagre atribuído a muitos santos.

Maria morreu em 15 de fevereiro de 1731, depois de experimentar um estado de êxtase. Uma ferida estigmatizada foi encontrada em seu lado. Três anos depois, ela foi exumada - seu corpo foi encontrado preservado e com cheiro de jasmim. Ainda está exposto num caixão com forro de vidro que Amaro doou, no Mosteiro de Santa Catarina.





fonte: https://www.bizarrepedia.com/preserved-saints/
https://lalagunaahora.com/hoy-se-cumplen-290-anos-de-la-muerte-una-fecha-muy-espacial-este-ano-las-visitas-han-sido-suspendida-por-las-autoridades-sanitarias/
http://www.vrajitoarero.ro/minunile-facute-de-maria-de-leon-bello-si-delgado/

domingo, 13 de fevereiro de 2000

Beata Eustochio de Pádua

Em 13 de fevereiro, a Igreja comemora a Beata Eustochio, uma freira que foi fortemente assediada pelo demônio durante sua vida; alguns biógrafos até falam de possessão.

O nascimento da Beata Eustochio não foi exatamente legítimo: ela nasceu em Pádua em 1444 de uma freira do mosteiro beneditino de San Prosdocimo e de Bartolomeo Bellini. Em seu batismo ela recebeu o nome de Lucrezia Bellini. 

Aos quatro anos de idade, começou a se suspeitar que a pequena Lucrezia estava possuída pelo diabo. Ela frequentemente se mostrou rude e arrogante para com sua família, mas isto - relatam os biógrafos - não foi o resultado de sua própria vontade, mas do assédio do Maligno. Entretanto, mesmo naqueles momentos, sua mente permaneceu clara e recolhida em Deus.

Quando Lucrezia fez sete anos, seu pai se convenceu de que ela queria envenená-lo. E para impedi-la, ele pensou bem em matá-la. Mas então, não desejando realmente que ela morresse, o diabo sugeriu que ele a confiasse às freiras do mesmo mosteiro onde ela havia sido concebida, para que em meio a tal corrupção ela também pudesse estar perdida. Na verdade, naquele mosteiro, a conduta das freiras era tudo menos virtuosa.

Em 1451, portanto, seu pai a confiou às monjas beneditinas de San Prosdocimo, não tanto para receber uma educação religiosa - que certamente não era fornecida naquele mosteiro - mas apenas para que ela pudesse aprender o trabalho das mulheres, de acordo com o costume da época, pois ele pretendia que ela se casasse.

Entre as meninas instruídas, Lucrezia era a mais jovem, a única que levava uma vida na corrupção geral. Naquele ano a comunidade consistia de sete monjas mais a abadessa: as monjas levavam uma vida pecaminosa, frequentemente deixando o mosteiro, misturando-se com os seculares em detrimento de seu bom nome e da desonra de seu Instituto.

Mas a perfídia dessas freiras foi muito mais longe, chegando ao ponto de apressar com veneno a morte de sua Abadessa, uma mulher de sólida moral, que proibiu as irmãs mais jovens de deixar o mosteiro na esperança de levá-las de volta a um modo de vida mais santo.

Quando a abadessa morreu, o bispo de Pádua, Jacopo Zeno (1460-1481), proibiu a eleição de uma nova abadessa entre as monjas presentes no mosteiro, para impedir que a vida religiosa continuasse dessa maneira escandalosa.

Neste ponto, entretanto, as freiras - temendo a reforma - fugiram para parentes e amigos. E somente Lucrezia permaneceu no mosteiro.

O bispo decidiu então fundar uma nova comunidade em San Prosdocimo, e teve Giustina de Lazara, uma nobre de Pádua e religiosa piedosa, que chegou do mosteiro da Misericórdia, junto com outras monjas e educando monjas de melhor moral, criando a própria abadessa de Lazara.

Lucrécia pediu para ser autorizada a usar o hábito monástico. As outras freiras, no entanto, a desaprovaram, sabendo de suas origens e acreditando que ela era tão corrupta quanto as outras freiras que haviam ocupado o mosteiro anteriormente.

No entanto, o bispo quis atender ao seu pedido. E assim em 15 de janeiro de 1461 Lucrécia fez sua entrada oficial no mosteiro, tomando o nome de Eustochio, em memória do fiel discípulo de São Jerônimo, já santificado pela Igreja.

Durante este tempo, porém, Eustochio começou a manifestar falhas e a parecer muito inquieto. O confessor do mosteiro revelou então à abadessa e às outras freiras que Eustochio estava perturbado pelo demônio, o que provocou uma espécie de rebelião entre as freiras, de tal forma que nenhuma delas quis falar com ela novamente.

Em 1º de outubro de 1461 (no dia seguinte à festa de São Jerônimo), ocorreu um incidente no claustro: Eustochio, dirigida pelo diabo, se viu ameaçando as outras freiras com uma faca. O confessor, que entrou correndo, forçou o espírito a falar por meio de exorcismos, e este disse, pela boca de Eustochio, que ele havia sido pregado a um banco por São Jerônimo, o protetor da freira. E de fato, parecia que ela não podia sair dali, e como ela continuava a agitar-se perigosamente, eles a amarraram a um pilar por alguns dias. Então ela se acalmou, mas é claro que a opinião de suas companheiras a respeito dela piorou demais.

Logo a abadessa adoeceu, sem que os médicos pudessem entender a natureza de sua doença. Além disso, estranhas "coisas supersticiosas" - como define Cordara, uma das biógrafas da Beata - foram encontradas no mosteiro, e pensou-se que eram objetos mágicos usados por Eustochio para envenenar a Abadessa.

Por mandato episcopal, seguindo estes fatos, Eustochio foi presa como feiticeira, aguardando julgamento e depois condenada à morte. 

Tudo o que lhe foi dado foi pão e água, e a cada três dias ela ficava para jejuar completamente: seus carcereiros assim pensavam em induzi-la a confessar seus pecados.

Eustochio passou todo seu tempo rezando para resistir às tentações do diabo, que prometeu abrir os parafusos e as portas da prisão se ela negasse Cristo.

Após três meses de prisão, graças também à intercessão de seu confessor que acreditava estar inocente, Eustochio foi trancada na enfermaria, em uma prisão mais brilhante, perto das celas dos doentes.

Um dia o diabo, tendo tirado a venda e o escapulário, tentou estrangulá-la. As freiras, atraídas pelo barulho vindo da enfermaria e não recebendo resposta aos seus pedidos, arrombaram a porta e a encontraram no chão inconsciente e imediatamente fizeram o possível para reanimá-la.

Depois disso, Eustochio foi finalmente libertada, mas com inúmeras restrições: não podia ir ao coro ou à igreja para os serviços sagrados; não podia ir ao salão ou conversar com ninguém, nem mesmo com seus parentes. As outras freiras foram ordenadas a evitá-la, sob pena de "excomunhão", termo que neste caso significa expulsão da comunidade. Também havia rumores de que Eustochio fingiu ser atormentado pelo diabo para despertar a piedade de seu vizinho.

A pobre Eustochio retribuiu este ódio com profundo amor, e muitas vezes recitou as orações da solenidade de Santo Estêvão, que é o Santo invocado para poder amar os inimigos.

Nos anos seguintes, o diabo continuou a atormentá-la com uma crueldade inacreditável e das formas mais impensáveis: bateu nela com um flagelo feito de cordas armadas com pontas de cobre muito afiadas, marcou-a e cortou profundamente sua carne com uma faca; arrastou-a para o chão, atirou-a violentamente ao chão, bateu nela, amarrou-a com cordas tão apertadas que ela não teve possibilidade de se mover.

Mas não apenas isso: muitas vezes a pobre Eustochio sentia-se como se estivesse queimando nas chamas de uma fogueira; em outras ocasiões, parecia que tantas lâminas de barbear estavam rasgando sua carne.

Um dia o diabo até a levou em uma trave muito alta e, para desespero geral, ameaçou jogá-la ao chão se ela não negasse Cristo; felizmente seu confessor chegou e a salvou expulsando o diabo com os exorcismos rituais.

Em outra ocasião, o diabo colocou uma faca em seu peito e ameaçou atingi-la no coração. Mas ela, inabalável em sua fé, disse-lhe para esculpir o nome de Jesus em seu peito ao lado do seu coração.

Depois de todos esses sofrimentos, as irmãs finalmente começaram a ter pena dela e a levaram à Basílica de Santa Justina para visitar o túmulo de São Lucas, protetor dos possuídos: desta visita ela obteve muitos benefícios.

Eustochio se confessava com frequência e comungava a cada sete dias.

Finalmente, no início de 1465, ela foi admitida no coro e, em 25 de março, na profissão. Sendo muito fraca pelo assédio do diabo e pelas penitências que ela impôs a si mesma, ela não conseguia sequer sair da cama para ir à Igreja para receber o véu negro. Portanto, em 14 de setembro de 1467 - a Festa da Exaltação da Santa Cruz - ela a recebeu, em vez do bispo, de seu confessor que a levou para sua cama. Seis dias depois, tendo recuperado suas forças, tanto que parecia um milagre para suas irmãs, ela pôde ir à igreja para receber oficialmente o véu, mas com um simples padre, porque em sua humildade ela não queria que o bispo fosse incomodado.

Eustochio sempre levou uma vida exemplar, renunciando aos menores prazeres como bordar, uma atividade em que era muito boa, e indo para a sala de estar. Ela estava sempre sozinha, meditava em livros espirituais, e tinha conversas frequentes e edificantes com seu confessor sobre os problemas da alma. Ela lia frequentemente as Sagradas Escrituras, especialmente as Epístolas de São Paulo.

Julgando que ela não deveria possuir nada para si mesma, ela deu à abadessa a chave da caixinha onde guardava suas pobres coisas, e quase todas as outras freiras seguiram seu exemplo.

No coro, a pobre Eustochio escolheu o lugar mais escondido, para que seus olhos não descansassem sobre os fiéis ou sobre o celebrante. Ela serviu e obedeceu a todas as freiras, rezou por elas assim como pela salvação de seus pais.

Em todo assédio ela nunca reclamou, mas sempre sorriu e agradeceu ao Senhor. Sua grande fé foi animada pela profunda convicção de que a vida terrena é apenas uma prova à qual Deus submete cada homem em vista da recompensa ou punição eterna. É precisamente por isso que ela se considerava particularmente afortunada por aqueles terríveis tormentos que testaram severamente sua fé em Cristo.

Não contente com aqueles tormentos que o diabo lhe trouxe, ela impôs outras penalidades a si mesma: por exemplo, ela comia muito pouco, apenas uma vez por dia, à noite. Além disso, embora ela fosse tão fraca que tinha que se sustentar com um bastão, aos vinte e três anos de idade ela ainda jejuava dois dias por semana.

Ela rejeitou toda vaidade, possuía apenas um manto, e embora sofresse de insônia, levantou-se muito cedo pela manhã para ir à igreja para orar. Sempre para não se satisfazer com o mínimo deleite dos sentidos, nunca se permitiu a visão de um objeto curioso, nem o prazer de uma refeição saborosa ou o lazer de um simples passeio...

Devido a estas constantes privações, sua beleza, por ser muito jovem, tinha murchado completamente, e seu físico debilitado. Mas não sua mente e seu coração, que sempre permaneceram firmemente ancorados em Cristo.

Dos 23 aos 25 anos de idade ela rezava continuamente, percebendo até então que estava perto da morte. E para vencer esse medo natural que o pensamento da morte desperta em cada ser humano, ela quis estar presente no momento da morte das cinco irmãs que entregaram suas almas a Deus no último ano de sua vida.

O diabo nos últimos anos de sua vida a assediou ainda mais duramente, tentando em vão cortar suas artérias, de tal forma que o que saía de suas feridas não mais parecia sangue, mas sim água de sangue.

Onze dias antes de sua morte, o assédio físico aumentou em intensidade e frequência. Então o diabo deixou de atormentar seu corpo, mas a tentou em espírito: deu-lhe visões de diversões selvagens, orgias, folia; aterrorizou-a dizendo-lhe que certamente iria para o inferno, esperando, desta forma, despertar seu desespero e maus pensamentos.

Mas Eustochio não cedeu à tentação e ao tormento, advertindo suas irmãs que nem mesmo no ponto da morte podemos ter certeza de nossa salvação, já que um único pensamento ruim é suficiente para tornar vaidoso o esforço de uma vida inteira conduzida de maneira santa.

Agora sua vida estava chegando ao fim: sete dias antes de sua morte, reunindo suas últimas forças, Eustochius pôde ir à Igreja para tomar o Viático, e essa foi a última vez que ela foi lá.

No domingo antes de sua morte, ela pediu confissão, sentindo que seria sua última. Ela então implorou a Euphrasia - sua irmã mais querida - para não deixá-la sozinha naquela noite.

Nessas últimas horas, Euphrasia a vigiava amorosamente, de pé ao seu lado na escuridão de sua cela, quando por volta da meia-noite um ruído repentino e escuro a assustou: um ruído como de alguém - relatou Euphrasia - tentando subir a parede da cela como se quisesse sair. Depois disso, a cela voltou ao silêncio absoluto, e o brilho prateado do luar filtrando através da pequena janela trouxe aos olhos de Eufrasia a beleza serena daquele rosto não mais perturbado pela presença demoníaca.

No dia seguinte, Eustochius ainda estava viva, composta em sua serenidade. Num último esforço, ela chamou a abadessa e as outras freiras para despedir-se delas. Ela pediu perdão pelo mau exemplo e pelos distúrbios que ela causou com seu trabalho. Então ela fechou os olhos e, sem que ninguém percebesse, como se tivesse adormecido gentilmente, ela expirou. Foi na segunda-feira, 13 de fevereiro de 1469.

Imediatamente após sua morte, houve numerosos prodígios que confirmaram sua santidade.

No momento da sua morte, o confessor adormeceu e a Beata lhe apareceu num sonho que brilhava de glória, dizendo: "Ó doce, Ó alegre, Ó feliz". Depois ela desapareceu e ele acordou com uma doçura suave no coração.

Naquela mesma hora - na hora da morte - alguns cidadãos pareciam ver a imagem de Eustochius subindo ao céu. E assim veio a ser conhecida na cidade de sua morte, mesmo antes da notícia ser dada oficialmente pelas freiras.

Aqueles que, enquanto ela estava viva, a haviam difamado, a choraram em arrependimento. Então, quando as freiras foram realizar os piedosos ritos funerários - como era costume - ao lavar seu corpo encontraram o nome IESU gravado no nível do coração, um claro sinal do amor que ela carregava por Cristo mesmo nos mais atrozes tormentos.

Um odor doce emanava de seu corpo que não podia ser igualado por nenhum outro perfume na terra e, portanto, foi descrito pelos biógrafos como o "odor do Paraíso". Este perfume permaneceu por anos nas proximidades do túmulo; no entanto, era perceptível não para aqueles que se aproximavam dele por curiosidade, mas apenas para aqueles que iam lá para rezar.

Beata Eustochio da Padova (Lucrezia Bellini) depois de lavá-la, as irmãs a vestiram com o hábito monástico e a enterraram no chão, no claustro do mosteiro. Enquanto isso, a fama da santidade de Eustochio se espalhou dentro e fora da cidade, aumentada pelos numerosos prodígios, tanto que hinos e orações foram compostos em sua homenagem.

Houve um grande afluxo de fiéis ao seu túmulo, especialmente os possuídos, que receberam muitos benefícios e foram muitas vezes - graças a essas visitas - completamente libertos de enfermidades diabólicas.

Três anos e nove meses após sua morte, como os milagres se multiplicaram e o perfume persistiu, o bispo Jacopo Zeno concedeu permissão para exumar seus restos mortais e colocá-los em um lugar de enterro mais digno.

A transferência foi realizada em 16 de novembro de 1472. Embora Eustochio tivesse sido enterrada sem um caixão, o corpo e as roupas foram encontrados intactos. O corpo foi coberto com roupas novas e as antigas foram usadas como relíquias; depois foi colocado em uma caixa de cipreste no capítulo do mosteiro.

Três anos depois, em 14 de novembro de 1475, a arca foi transportada para a igreja e colocada à esquerda do altar-mor, em um monumento de mármore, em cuja laje estava gravada a "Beata Eustochio Paduana".

Em 1676, foi construído um altar especial, mas o corpo nem sempre era visível. Como o povo queria poder vê-lo, por volta de 1720 as freiras tiveram um altar de mármore erguido acima do chão do qual, entre as colunas, foi colocada uma tela com uma efígie de trânsito da Beata. Colocado em uma arca de cristal, o corpo era agora visível atrás de uma grade dourada.

Como havia tantos prodígios desde sua morte, seu primeiro enterro não havia sido selado, mas apenas coberto com tábuas. Após a Epifania de 1473, uma água muito clara começou a jorrar deste poço, que foi descrito como não sendo de natureza terrestre.

Como esta água tinha efeitos prodigiosos sobre os doentes, ela era aspirada continuamente e, no entanto, sempre subia ao mesmo nível. Às vezes deixava de jorrar, mas depois voltava em maiores quantidades, mesmo em tempos de seca, como se confirmasse sua natureza miraculosa. Depois, em 1805, deixou de jorrar para sempre.

Em 12 de setembro de 1806, às duas horas da manhã, o corpo da Beata foi secretamente transferido para a Igreja de São Pedro; no caminho, dois dedos e parte da mão direita da Beata desapareceram, possivelmente roubados. Apesar das precauções tomadas para garantir que o transporte permanecesse em segredo, uma grande multidão acompanhou a procissão até que o corpo foi colocado na capela com vista para o Capítulo das freiras de São Pedro.

A Beata Eustochio é invocada contra todo tipo de tentações diabólicas, contra possessões, assombrações espíritas, assédio satânico, calúnias, injustiças e intimidações, para enganar maquinações e enganos diabólicos.

Por causa de sua vida em constante batalha com o Maligno, a Beata também é considerada a padroeira especial dos exorcistas.

Hoje o corpo não se encontra mais intacto, sendo realizada reconstrução fisionômica da "Beata Eustochio de Pádua", criada a partir da varredura 3D do crânio original. A réplica de silicone é exposta com as relíquias originais no Duomo de Padova (Itália).*



Fonte:
http://autominirich.blogspot.com/2012/02/il-santo-del-giorno-13022012.html
https://www.armofstmichael.com/meditations/?file=Blessed-Lucrezia-Bellini-of-Padua&ptitle=Blessed%20Lucrezia%20Bellini%20of%20Padua
https://www.papaboys.org/il-santo-di-oggi-13-febbraio-beata-lucrezia-eustochio-bellini-invocata-contro-il-demonio-preghiera/
https://www.manenterosari.com/beata-eustochio-padova-lucrezia-bellini/
https://hagiopedia.blogspot.com/2013/02/beata-eustaquia-de-padua-1444-1469.html
*https://www.creafx.com/en/il-volto-della-beata-eustochio-di-padova/



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000

Vener. José Luiz Sánchez del Río


Em tom de zombaria, o comandante do pelotão de fuzilamento perguntou ao jovem mártir se desejava, antes de ser executado, enviar uma mensagem para seus pais. Ele respondeu: "Sim, diga-lhes que vamos nos rever no Céu".

Corria o ano de 1926 e, a não ser pela crescente hostilidade do governo de Plutarco Elías Calles contra a Igreja, dir-se-ia que no Estado de Michoacán, no México, o tempo havia parado.

Essa zona agrícola situada entre grandes montanhas e lagos foi marcada pela infatigável evangelização dos missionários franciscanos, agostinianos e de outras ordens religiosas, o que, aliado ao temperamento rijo de seus habitantes, curtidos pela inclemência do clima, e ao relativo afastamento das grandes cidades, tinha dado forma a uma das regiões mais católicas do México e talvez da América.

O Bajío - como é chamado o conjunto formado pelos estados de Jalisco, Aguas Calientes, Guanajuato, Querétaro y Michoacán - é a zona que mais mártires deu à Igreja Católica na América do século XX, e permanece até hoje uma sementeira de vocações religiosas.

Um desses exemplos de santidade é o que vou relatar em seguida.





"E os meninos também podem ser mártires?"

Sahuayo era uma pequena aldeia do estado de Michoacán. Após o trabalho diário, sua população se reunia na hora do Ângelus na Igreja de São Tiago Apóstolo, para agradecer à bondosíssima Mãe de Guadalupe as graças e favores que lhes havia concedido na jornada. E, junto com seu querido pároco, rezava o rosário sem nunca deixar de pedir pelo México, para que cessasse quanto antes a impiedosa perseguição do governo contra os católicos.

No meio de todos os meninos da paróquia, um se destacava pela piedade com que rezava. Era José Luis Sánchez del Río. De apenas 13 anos, travesso como todos os de sua idade, tinha na mente uma idéia fixa. Idéia que havia nascido numa noite de inverno quando seus pais convidaram o pároco para jantar e este lhes contou que a perseguição religiosa estava levando muitos mártires mexicanos para o Céu.

- Como é isso, padre?

- Sim, Josesito, são católicos que, ante a ordem de renegar nossa religião, preferem dar suas vidas, e morrem fuzilados. Mas o Senhor os recebe junto a nossa Mãe de Guadalupe, no Céu.

- E os meninos também podem ser mártires, padre? 

- Bem... enfim... se Deus assim dispuser, podem ser, como os Santos Inocentes que celebramos em nossa paróquia no mês de dezembro.

José Luis sentiu em seu coração um ardor que não era senão uma graça de Deus, uma preparação para os grandes acontecimentos que se desenrolariam pouco tempo depois na tranqüila Sahuayo.




Nunca foi tão fácil ganhar o Céu!

Com efeito, em agosto de 1926 chegou à pequena aldeia a notícia de que estava proibido o culto católico público. A família Sánchez del Río se reuniu consternada e, enquanto os filhos mais novos se conformavam em continuar ajudando seu pai nos trabalhos agrícolas, Miguel, o mais velho, decidiu pegar em armas junto com seus amigos, os irmãos Gálvez, para defender Cristo e sua Igreja.

Vendo isso, José pediu permissão a seus pais para alistar-se também no Exército "Cristero", que havia se formado sob o comando do general Prudencio Mendoza. Sua mãe, porém, se opôs:

- Meu filho, uma criança da sua idade vai mais estorvar do que ajudar o exército.

- Mas, mamãe, nunca foi tão fácil ganhar o Céu como agora! Não quero perder a ocasião.

Ouvindo essa resposta, sua mãe deu-lhe permissão, mas pôs como condição que ele mesmo devia escrever ao general Prudencio Mendoza, perguntando se o aceitava. A resposta deste foi negativa.

Sem desanimar, José escreveu nova carta, pedindo ao general para ser recebido, se não como combatente, ao menos como soldado auxiliar da tropa: ele podia cuidar dos cavalos, cozinhar e prestar outros serviços aos soldados. Vendo a grandeza de alma e o entusiasmo desse adolescente, o general respondeu-lhe que o aceitava. Assim, com a bênção de sua católica mãe, ele partiu para o acampamento "cristero", muito feliz por poder lutar por Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe.




Combatente heróico

No acampamento, em pouco tempo o caçula da família Sánchez del Río conquistou o afeto e a confiança dos "cristeros", que lhe puseram o apelido de Tarcisio. Sua alegria a todos contagiava, e desde o início ele foi o encarregado de liderar a recitação do terço com a tropa, no fim de cada dia.

Por seu valor e bom comportamento, o general lhe deu o cargo de corneteiro do destacamento. Pouco depois, sendo promovido a porta-estandarte, José Sánchez del Río via realizado seu mais ardente desejo: estar no campo de batalha, como soldado de Cristo.

Em fevereiro de 1928, um ano e cinco meses após sua incorporação ao exército "cristero", travou-se um combate nas proximidades da cidade de Cotija. Depois de várias horas de renhida luta, o jovem porta-estandarte viu o cavalo do general tombar morto por um tiro. Para lá galopando imediatamente, disse com resolução:

- Meu general, aqui está meu cavalo, salve-se o senhor. Se eu morrer, não farei falta, mas o senhor, sim.

Entregou seu cavalo, pegou um fuzil e combateu com bravura. Quando acabaram as balas, avançou sobre o inimigo de baioneta em riste. Foi feito prisioneiro e conduzido ao general inimigo, o qual o repreendeu por estar lutando contra o governo.

- General, fique sabendo que eu caí prisioneiro, não porque tenha me rendido, mas porque acabaram minhas balas, pois, se tivesse mais, continuaria lutando.







Prisioneiro indomável

Vendo tanta decisão e arrojo, o general o convidou a se juntar às tropas do governo, dizendo-lhe:

- Você é um menino valente, venha conosco e estará muito melhor do que com os "cristeros".

- Jamais, jamais! Prefiro morrer! Nunca me juntarei aos inimigos de Cristo Rei! Mande me fuzilar! 

O general mandou encerrá-lo no cárcere de Cotija. No meio de pouca luz, do mau cheiro, e rodeado de delinqüentes, conseguiu escrever uma carta:

Cotija, 6 de fevereiro de 1928
Minha querida mamãe
Caí prisioneiro em combate no dia de hoje. Creio que vou morrer, mas não importa, mamãe. A senhora precisa se resignar à vontade de Deus. Não se preocupe com a minha morte, que é o que me deixa inquieto; pelo contrário, diga a meus dois irmãos que sigam o exemplo dado por seu irmão menor.
E a senhora precisa fazer a vontade de Deus, tenha força e me mande sua bênção, junto com a de meu pai. Transmita minhas saudações a todos, pela última vez. E receba o coração deste filho que tanto lhe quer, e que desejava vê-la antes de morrer. - José Sánchez del Río

Entretanto, em vez de ser fuzilado no dia seguinte, como ele imaginava, foi levado, junto com um pequeno amigo também preso, chamado Lázaro, para a igreja de Sahuayo, que as tropas do general Calles haviam transformado em cavalariças. A sacristia estava ocupada pelos galos de briga do deputado anticatólico Rafael Picazo, que ali realizava freqüentemente orgias com seus amigos.

Ao ver sua nova prisão, José ficou indignado. Era a mesma igreja que, pouco tempo antes, ele freqüentava com sua família para a reza do Ângelus e do terço. Era àquela mesma sacristia que ele costumava ir, depois da Missa, para pedir retalhos de hóstias ao velho pároco. Tinham-na transformado em um antro de bandidos! 

Quando se viu sozinho na penumbra, o juvenil soldado de Cristo Rei conseguiu desatar a corda que o amarrava, dirigiu-se às gaiolas onde estavam os galos de briga do deputado e cortou o pescoço de todos eles.
Depois dormiu serenamente.

No dia seguinte, mal soube do acontecido, o deputado Picazo correu à sacristia-prisão, onde, cheio de indignação, interpelou o jovem prisioneiro. "A casa de Deus é um lugar para rezar, não para ser depósito de animais", respondeu-lhe este. Cheio de cólera, Picazo o ameaçou de morte, e recebeu esta serena resposta: "Desde que peguei em armas, estou disposto a tudo. Mande me fuzilar!"




Uma cruz traçada com o próprio sangue

Na sexta-feira, dia 10, por volta de seis horas da tarde, uma escolta o levou de volta ao quartel. Ali, ao saber de sua condenação à morte, escreveu a uma de suas tias, que havia conseguido lhe levar a Comunhão às escondidas, a última carta de sua vida: 

Sahuayo, 10 de fevereiro 
Querida tia
Estou condenado à morte. Às oito e meia da noite chegará o momento que eu tanto desejei. Agradeço-lhe os favores que a senhora e Madalena me fizeram. Não estou em condições de escrever a mamãe. (...) Transmita minhas saudações a todos e receba, como sempre e pela última vez, o coração deste sobrinho que muito lhe quer e lhe deseja ver. Cristo vive, Cristo reina, Cristo impera! Viva Cristo Rei! Viva Santa Maria de Guadalupe! - José Sánchez del Río, que morreu em defesa da fé. Não deixem de vir. Adeus.

Às onze da noite chegou o momento tão esperado. O ódio dos inimigos da Igreja era tal que, com uma faca afiadíssima, lhe arrancaram a pele das plantas dos pés e o obrigaram a caminhar desde o quartel até o cemitério, pisando sobre pedras e terra. Nenhuma queixa saiu de seus lábios no meio dessa tortura. Chegou ao cemitério cantando hinos religiosos.

Levado até a beira de uma cova que em breve seria a sua, os soldados deram-lhe algumas punhaladas não mortais, para ver se ele apostatava com esse suplício.

Em tom de zombaria e com o intuito de quebrar psicologicamente o herói da fé, o capitão comandante da escolta lhe perguntou se tinha uma mensagem para seus pais. Ele respondeu: "Sim, diga-lhes que vamos nos rever no Céu". Em seguida, pediu ao capitão para ser fuzilado com os braços em cruz. Como única resposta, este sacou a pistola e lhe disparou um tiro na têmpora.

Sentindo-se ferido de morte, José colheu com sua mão direita um pouco do sangue que lhe escorria abundantemente pelo pescoço, traçou com ele uma cruz na terra e prostrou-se em cima dela, em sinal de adoração.

Assim, na última hora da noite de 10 de fevereiro de 1928, sua alma subiu ao Céu e foi recebida com júbilo por seu querido Cristo Rei e sua amadíssima Mãe, a Virgem de Guadalupe.





(Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2006, n. 49, p. 23 à 25)

Fonte: http://www.arautos.org/artigo/7491/Beato-Jose-Luis-Sanchez-del-Rio--O-menino-que-queria-ganhar-o-Ceu-.html

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2000

Santa Catarina de Ricci


A vida desta santa é uma das mais prodigiosas, por arrebatamentos, êxtases, graças extraordinárias de qualquer natureza que preencher. Catherine nasceu em Florença, em 1522. Na idade de três anos, viu na prática da oração, buscar a solidão e o silêncio para entregá-lo mais confortável, e sua oração foi tão coletado, que parecia absorvido no espírito como Deus e imerso na contemplação dos mistérios. 


A Paixão de Jesus Cristo já foi objeto de ardor vivo do seu amor, e por seu prelúdio infantil para este exercício admirável devoção a Jesus Crucificado, que é o personagem mais marcante de sua vida. Tirou o véu aos treze anos na República Dominicana. 



Esta, na idade de dezenove anos, ela recebeu a graça sem precedentes para ver a mudança por Nosso Senhor o seu coração de Maria. Poucos meses depois, ela teve um êxtase memorável da Paixão, que durou vinte e oito horas, e no qual ela participou sucessivamente detalhadamente todas as cenas da Paixão do Salvador, aparecendo em si, por suas ações, cada um sofrer torturas, ela testemunhou. Esse acontecimento foi renovado a cada semana, durante os últimos doze anos da sua vida. Foi ouvido nestes êxtases, as exclamações de pressão santos de dor e amor.  


O que é uma sensação para as inúmeras testemunhas destas maravilhas, a  marca da verdadeira virtude é a humildade, que vai mostrar que Catherine foi bem conduzido pelo Espírito de Deus. Ela tinha aprendido que suas irmãs ficaram satisfeitos para escrever, para manter a memória, a relação de todas as graças e favores extraordinários que o Céu tinha preenchido. 


Ela não teve descanso até ter escrito todas as suas memórias. Um dia, enquanto suas irmãs estavam na oficina, ela entrou em suas celas, ela apreendeu todos os manuscritos que ela pudesse atender, colocá-los em um saco, e com a irmã padeiro com o forno aquecido: "Olha", disse ela, rapidamente queimar tudo isso, porque ai de nós se estivéssemos em casa!"



Teve uma influência muito importante em São Pio V, São Carlos Borromeu, São Felipe Neri e Santa Maria Madalena . Durante um de seus êxtases, a Virgem leva-a pela mão e levou-o ao seu filho: "Ó meu filho, aqui eu apresento a vocês a nossa querida virgem Catherine, buscando sua afeição com a mudança de coração de carne em um coração muito celestial, de modo que é mais digno de vós, tendo um coração como o seu. Ó querida Mãe, eu nunca neguei nada, a seu Coração.” "Não é o caminho natural para o meu Coração. Não vai ser feito o que você pediu. E você, minha querida filha, Catherine, lembre-se que a partir deste momento você não está sozinho, e está tudo em Mim, porque aqui eu limpo o seu coração de qualquer condição de que não é meu, e eu enchi com meu único Amor.”


"Nós não damos as pedras preciosas e pérolas para aqueles que não sabem o preço. Nem eu, eu não entregar Meus presentes e favores para aqueles que não apreciá-los. Vou dar apenas para as almas que fazem minha vontade procuram." 

Nosso Senhor Jesus Cristo para Santa Catarina de Ricci.




Sua morte veio em 02 de fevereiro de 1589. A última oração foi ouvida expirar em seus lábios era o Pater Noster. O convento, em seguida, ressoava com harmonioso canto dos anjos. Em diferentes lugares, santos teve a visão de uma magnífica procissão de santos e santas, no final da procissão, Jesus levou sua gloriosa esposa. 


Note-se que Santa Catarina de Ricci era amiga de São Felipe Neri , fundador do Oratório, com quem manteve uma relação de correspondência e conversou com ele no mesmo culto à memória de Savonarola. Uma vez Santa Catarina de Ricci recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo, o anel em branco, uma coroa de espinhos na cabeça, rezando diante do crucifixo - Nosso Senhor vai fingir para abraçar nossa Santa.






Fonte:
http://hodiemecum.hautetfort.com/index-12.html
http://je-n-oeucume-guere.blogspot.com.br/2009_02_01_archive.html