quarta-feira, 15 de março de 2000

Santa Luísa de Marillac






Fundadora da Companhia das Filhas da Caridade, conhecidas tambêm como Damas da pobreza.

Santa Luísa de Marillac foi dirigida espiritual e grande cooperadora de São Vicente. Desempenhou, em relação a ele, papel análogo ao de Santa Joana de Chantal junto a São Francisco de Sales.
Ela é patrona de todas as Obras Sociais.
Uma outra Santa que passara na sua Congregação foi Santa Bernadete Soubirous.

















domingo, 12 de março de 2000

São Luís Orione

Luís Orione nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Aos treze anos foi recebido como Aspirante num Convento Franciscano em Voghera, uma cidade próxima na Região de Pavia; saiu um ano depois devido a doença. De 1886 a 1889 foi aluno de Dom Bosco no Oratório Salesiano de Valdocco em Turim.


No dia 16 de outubro de 1889 entrou no Seminário Diocesano de Tortona. Ainda jovem seminarista se dedicava a obras de solidariedade para com os necessitados, participando da «Sociedade de Socorro Mútuo São Marciano» e das Conferências Vicentinas. No dia três de Julho de 1892 abriu seu primeiro Oratório, um centro de educação cristã e de recreação para os meninos pobres. No ano seguinte, no dia 15 de Outubro de 1893, Orione um seminarista de 21 anos, fundou no Bairro de São Bernardino um Colégio, com escola em regime de internato, para rapazes de famílias pobres. 


No dia 13 de abril de 1895, Luís Orione foi ordenado sacerdote e, no mesmo dia, o bispo deu a batina a seis alunos do Colégio com vocação sacerdotal. Numa seqüência rápida, o Pe. Luís Orione abriu novas fundações em Mornico Losana na Região de Pavia, em Noto na Sicília, em Sanremo e em Roma.


Ligados a Dom Orione se uniram Seminaristas e Padres que formaram o primeiro núcleo de uma nova Família Religiosa a «Pequena Obra da Divina Providência». Em 1899 Dom Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os «Eremitas da Divina Providência». O Bispo de Tortona, Dom Igino Bandi, com Decreto datado de 21 de Março de 1903, deu aprovação canônica aos «Filhos da Divina Providência», Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa se propunha «trabalhar para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade», desejando consagrar-se com um IV Voto «de especial fidelidade ao Papa». Já nas Primeiras Constituições de 1904 constava também o propósito de «trabalhar pela união das Igrejas Separadas».

Animado por uma grande paixão pela Igreja e pelas Almas, Dom Orione se envolveu ativamente nos problemas emergente da época: a luta pela liberdade e a unidade da Igreja, a questão romana, o modernismo, o socialismo, a evangelização das massas operárias. Dom Orione teve atuação heróica no socorro às vítimas dos terremotos de Reggio e Messina (1908) e da Marsica (1915). Por decisão do Papa São Pio X, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Messina por 3 anos.


Vinte anos depois da fundação dos Filhos da Divina Providência, em 29 de junho de 1915, surgiu como novo ramo a Congregação das «Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade», Religiosas movidas pelo mesmo carisma fundacional. Ao novo ramo se associaram as «Irmãs Sacramentinas Adoradoras não videntes» e algum tempo depois as «Contemplativas de Jesus Crucificado».


O Pe. Luís Orione se empenhou em organizar grupos Leigos: as «Damas da Divina Providência», os «Ex-Alunos» e os «Amigos». Nos anos seguintes, outros grupos foram constituídos como o «Instituto Secular Orionita — ISO» e o amplo leque de Associações do «Movimento Laical Orionita — MLO».

Depois da primeira Grande Guerra (1914-1918) multiplicaram-se as escolas, colégios, colônias agrícolas, obras caritativas e sociais. Entre as muita obras, as mais características foram os «Pequenos Cotolengos», instituições destinadas aos mais sofredores e abandonados, localizadas nas periferias das grandes cidades, para serem «novos púlpitos» a anunciarem Jesus Cristo e sua Igreja e para serem «faróis de fé e de civilização».


O zelo missionário de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de Missionários ao Brasil em 1913 e, em seguida à Argentina e ao Uruguai (1921), à Palestina (1921), à Polônia (1923), a Rodes (1925), aos Estados Unidos (1934), á Inglaterra (1935) e à Albânia (1936). Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile.


Recebeu grandes demonstrações de estima de Papas e de Autoridades que lhe confiaram missões importantes e delicadas, para sanar feridas profundas no seio da Igreja e da Sociedade e em difíceis situações de relacionamentos entre a Igreja e a Sociedade civil. Foi Dom Orione pregador popular, confessor e organizador de peregrinações, de missões populares e de presépios vivos. Grande devoto de Nossa Senhora, propagou de todos os modos a devoção mariana e ergueu santuários, entre os quais o de Nossa Senhora da Guarda em Tortona e o de Nossa Senhora de Caravaggio; na construção desses santuários será sempre lembrada a iniciativa de Dom Orione de colocar seus clérigos no trabalho braçal ao lado dos mais operários civis.

Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias foi enviado e praticamente forçado pelos médicos e confrades a se retirar para Sanremo; foi para lá protestando: «não é entre as palmeiras que eu quero viver e morrer, mas no meio dos pobres que são Jesus Cristo». E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas palavras: «Jesus! Jesus! estou indo».

Corpo incorrupto de São Luís Orione.

O corpo foi sepultado devotamente na cripta do Santuário da Guarda e encontrado incólume vinte e cinco anos depois, em 1965. No dia 26 de Outubro de 1980, João Paulo II declarou Dom Orione bem-aventurado.

Coração incorrupto de São Luís Orione.


Fonte: https://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20040516_orione_po.html

quinta-feira, 9 de março de 2000

Santa Catarina de Bolonha (Bologna)


Santa Catarina de Bolonha (1413-1463)

Filha de Benvenuta Mamolim e de Giovani Vigri, Catarina nasceu em Bolonha no ano de 1413. Foi educada na corte de Ferrara, como dama de companhia de Margarida, filha de Nicolau III, marquês D’Este, a serviço de quem estava seu pai como diplomata. 


Aos treze anos de idade, após ter ficado órfã de pai e depois do casamento de Margarida com Roberto Malatesta de Rimini, Catarina decide-se pela vida religiosa. Foi exatamente na corte de Ferrara, num ambiente moralmente deturpado, que a semente da vocação religiosa germinou no coração de Catarina. Deixando a mãe, uma irmã e um irmão, ingressou num mosteiro de Terciárias Agostinianas (1427) aos catorze anos. 



Era uma comunidade fundada por uma grande dama de Ferrara, tia Lúcia Mascaroni que na época a dirigia. Durante sua permanência na corte de Ferrara, Catarina mantivera estreito contato com os Frades Menores da Observância no convento do Santo Espírito, onde recebia a orientação espiritual que solidificou o seu desejo de servir a Deus. 



Percebendo que a comunidade na qual ingressara não vivia com radicalidade evangélica sua opção, sentia cada vez mais o anseio de que de comum acordo passassem a viver a Regra de Santa Clara, e que tivessem a orientação dos Observantes, cujo testemunho de vida sempre a impressionara. Com o apoio sincero e confiante da senhora Lúcia Mascaroni, depois de inúmeras dificuldades e vicissitudes motivadas por divisões internas do grupo de mulheres que viviam então no Mosteiro Corpus Christi, mas por influência decisiva de Catarina, adotam finalmente a Regra própria de Santa Clara. O Papa Eugênio IV, em uma bula de abril de 1431, enviou algumas Clarissas de Mântua para que formassem as componentes da nova comunidade clariana, estimulando a exata observância da Regra no seu primitivo rigor, atendendo assim às santas aspirações de Catarina e das suas companheiras.


Depois de algum tempo de aprofundamento neste estilo de vida - o que considerou como o seu noviciado - Catarina professou em 1432, com dezenove anos, a Regra de Santa Clara, pela qual tanto lutara. Catarina era de saúde muito delicada, mas esquecia-se complemente de si mesma, impondo a si mesma os trabalhos mais pesados e difíceis para poupar as demais. 



Desempenhou muitas funções a serviço de sua comunidade, entre elas a de padeira e de enfermeira. Foi exemplar na humildade e na obediência, em meio a inúmeras tentações de rebelião e de desespero, durante boa parte de sua vida em Ferrara. Era sempre pródiga na caridade para com suas irmãs. 

Dotada de uma inteligência e de uma sensibilidade e perspicácia únicas, destacou-se como grande escritora, poetisa, pintora e mística do renascimento italiano. Seu estilo literário é original, precioso para o estudo da própria língua italiana da época, no dialeto de sua região. 


Jamais quis aceitar o ofício de abadessa em Ferrara, mas foi longamente mestra de noviças. O seu livro “As Sete Armas Espirituais” é uma síntese belíssima de sua pedagogia espiritual. Na perspectiva de realizar uma nova fundação em Bolonha, Catarina foi escolhida como abadessa, nas véspera da partida das fundadoras, em cujo grupo ela já  se contava. O temor em relação à difícil missão que o Senhor lhe pedia fez com que adoecesse gravemente naquela noite, tanto que pensavam as Irmãs que não sobreviveria. Mas na manhã seguinte, como por um milagre, partia com quinze companheiras para Bolonha, numa viagem memorável, em carruagem adaptada como clausura, que o povo acompanhava ou aclamava com júbilo. É o ano de 1456. Em pouco tempo o número de Irmãs em Bolonha se vê multiplicado. A fama de santidade de Catarina atrai muitas jovens. A própria mãe de Catarina e sua irmã se fazem clarissas. O Mosteiro Corpus Domini de Bolonha torna-se um verdadeiro centro espiritual naquela cidade de douta cultura. O número de Clarissas rapidamente chega a sessenta. Dentre as mais fiéis colaboradoras que Catarina teve no trabalho de implantação do ideal de Santa Clara, estão as Bem-aventuradas: Giovana Lambertini (+1476), Paula Mezzavaca (1426-1482) e Iluminata Bembo (+1496). Todas elas ingressaram em Ferrara, antes da observância da Regra de Santa Clara; participaram do grupo que fundou o Mosteiro de Bolonha e foram exemplares em seu testemunho de vida. Iluminata foi a primeira biógrafa de Santa Catarina. Seu manuscrito “Espelho de Iluminação” conserva-se atualmente no Mosteiro Corpus Domini de Bolonha, com as obras pessoais de Catarina: As Armas necessárias às batalhas espirituais, Breviário, Tratado sobre o modo de comportar-se nas tentações, Regras de vida religiosa, Louvores e dovoções, Cartas, Louvores espirituais e poesias, todos manuscritos autógrafos, alguns inéditos. A partir de 1461, Catarina passa por períodos sucessivos de grave doença, até sua morte a 9 de março de 1463. Foi beatificada pelo Papa Clemente VIIEm 1712, Clemente XI declarou-a santa. Seu corpo se conserva incorrupto, em perfeito estado de conservação e flexível, em exposição por mais de 500 anos em posição sentada, na Igreja do Mosteiro Corpus Domini.  A cada dois anos é realizado um exame raio X que comprova a integridade de sua coluna vertebral.


Está  sentada, com a Regra de Santa Clara nas mãos. É um dos casos mais interessantes na história!  A festa de Santa Catarina se celebra no dia 9 de maio.






História da vida de Santa Catarina de Bolonha (Bologna)





BIBLIOGRAFIA
LAINATI, Chiara Augusta - Temi Spirituali dagli Scritti del Secondo Ordine Francescano. Santa Maria degli Angeli, Assisi 1970.
RICCIARDI, Renzo, Santa Caterine da Bologne Scuola Grafica Salesiana, Bologna 1970
MUCCIOLI, Maurizio - Santa Caterine da Bologne - M¡stica del Quattrocento. Antoniano Ed Nigrizia. Bologna 1963
 http://catarinadebolonha.blogspot.com.br
http://revistacatolicos.blogspot.com.br/2012/04/rec-reflexoes-e-estudos-catolicos_19.html

domingo, 5 de março de 2000

São João José da Cruz



Nasceu na ilha de Ischia com o nome de Carlos Caetano Calosirto, aos 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, Itália, filho do nobre José e de Laura. Recebeu os ensinamentos básicos e os alicerces religiosos frequentando os colégios dos padres agostinianos, na própria ilha.
        Aos quinze anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa
comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápolis. 
        Tomou o nome de João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces. Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz ordenou-se sacerdote em 1677. 


         Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento. Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici, também em Nápolis. 
        João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida.      
  Em 1702 foi nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália. Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento. 



          Foi beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. As relíquias de São João José da Cruz, foram transferidas para o convento franciscano da ilha de Ischia, onde nasceu, e é venerado no dia se sua morte.







Fonte: http://fraternidadesaogilberto.blogspot.com.br/2012/03/sao-joao-jose-da-cruz.html