terça-feira, 31 de outubro de 2000

Beato Ângelo de Acri


Beato Ângelo de Acri, nasceu em Acri, na Calábria (Itália), aos 19 de outubro de 1669. Seus pais chamavam-se Francisco Falcone e Diana Enrico. Quando tinha 18 anos pensou ser capuchinho. Entrou no noviciado em Acri, na Província de Cosenza. Invadido por dúvidas e incertezas com medo de não conseguir observar o ideal da Ordem, deixou duas vezes o noviciado. Entrou uma terceira vez e conseguiu vencer suas dúvidas e fez a profissão religiosa em 1691. Concluídos os estudos, foi ordenado sacerdote.


Como sacerdote entregou-se à pregação, simples e fervorosa, despida de retórica, mas acompanhada de milagres, exercendo grande e benéfico impacto, sobretudo, no meio das pessoas do campo, no sul da Itália. Como recordação das suas missões, era seu costume levantar um calvário constituído por três cruzes. Sua vida de contínua oração e sua austeridade eram a melhor confirmação de tudo o que recomendava aos fiéis. Toda a região da Calábria se sentiu invadida por uma onda de fé e de fervor. O início deste seu apostolado foi de desilusão. Por isso mesmo, depois do primeiro fracasso, fr. Ângelo pediu ao Senhor que lhe desse o dom da palavra. O Senhor ouviu-o. Quando estava no púlpito, as idéias surgiam-lhe com tal abundância que era perceptivel a inspiração que vinha de Deus.


As primeiras dioceses a serem evangelizadas por ele foram: Cosenza, Rossano, Bisignano, São Marcos, Nicastro e Oppodo Lucano. Quando pregava nesta última, apareceu sobre a sua cabeça luminosa estrela que foi vista com admiração por todos os presentes. As conversões foram tantas que o demônio, invejoso de tais êxitos, muitas vezes tentou conseguir que ele interrompesse a pregação. Em 1771, o cardeal Pignatelli convidou fr. Ângelo para pregar a Quaresma na Catedral de Nápoles. Começou na Quarta-feira de Cinzas e a Catedral estava repleta. Pregou com simplicidade; os ouvintes, primeiramente, sorriam; depois, perante a santidade da sua vida e a profundidade das suas palavras, os milagres que se sucederam durante toda a Quaresma e as numerosas conversões, a assembléia compreendeu que a pregação estava sendo orientada por um santo. Os temas das suas pregações eram os novíssimos e as demais verdades da fé. Na sua vida, foram freqüentes os êxtases. Foi visto diversas vezes elevado da terra. Quando pregava, uma ou outra vez, aparecia rodeado de luz celestial. Outras vezes, foi vista branca pomba branca que pousava sobre a sua cabeça. Exerceu o cargo de Ministro Provincial.  
  

Pela forma como conduzia o seu ministério foi designado o anjo da paz. Dizia: “É grande graça e uma grande glória ser capuchinho e verdadeiro filho de São Francisco. Mas é necessário conhecer e levar sempre conosco cinco pedras preciosas: a austeridade, a simplicidade, a fiel observância das Constituições e da Regra de São Francisco, a inocência de vida e caridade sem limites”. No ano de 1739, foi enviado ao convento de Acri, sua terra natal. Já estava idoso e cansado pelas atividades apostólicas. Seus conterrâneos tinham medo de que ele morresse longe da sua terra. Ele, porém, queria morrer no seu campo de trabalho. Seis meses antes da morte, foi acometido de cegueira. Com 70 anos de idade, aos 31 de outubro de 1739, com os nomes de Jesus e de Maria nos lábios, expirou serenamente. Morreu na sua terra, Acri, onde grande santuário conserva o seu corpo venerável. Foi beatificado pelo Papa Leão XII, aos 18 de dezembro de 1825.