Não confundir com o sangue de São Januário
No momento em que a cabeça do santo mártir rolava pelo chão, os cristãos recolheram o sangue que brotava da ferida e guardaram-no com todo o respeito em ampolas de vidro.
Uma delas conserva-se em Ravello, na Itália; outra, no mosteiro da Encarnação, em Madrid, muito próximo do Palácio Real do Oriente, onde as freiras Agostinhas o guardam cuidadosamente na Capela das Relíquias.
Tal como acontece cada ano em Nápoles, no dia 19 de Setembro, com o sangue de S. Januário, também o sangue de S. Pantaleão referve e liquefaz-se todos os anos no aniversário do martírio, dia 27 de Julho, tanto em Madrid como em Ravello.
No dia 26 de Julho, pela manhã, a preciosa relíquia é levada para a igreja. Quem quiser pode observar o sangue sólido, pois a ampola está patente a todos. Durante a tarde, véspera da festa do santo, o sangue torna-se pastoso e vermelho vivo. No dia seguinte, festa de São Pantaleão, fica fluído e inteiramente líquido. Ao entardecer, coagula
até que à noite, ao ser reposto na Capela, se apresenta completamente sólido.
O prodígio verifica-se todos os anos, desde o século XVII, em que o precioso tesouro foi oferecido ao Convento da Encarnação pela Rainha Margarida da Áustria, esposa de Filipe III.
O primeiro exame canônico teve lugar em 1718, há 262 anos. A pedido da Prioresa do Mosteiro, o Arcebispo de Compostela, Dom Miguel Herrero Esqueva, nomeou uma comissão para estudar e verificar a liquefacção e condensação do sangue. Perante o notário Dom Álvaro de Mendoza Caamanho prestaram o seu depoimento com juramento treze testemunhas. Depois de seis anos de estudo e investigação, foi publicada a sentença, que declara verdadeira e autêntica a liquefacção do sangue de S. Pantaleão.
Em Nápoles, quando no dia 19 de Setembro o sangue de S. Januário NÂO SE LIQUEFAZ, o fato é considerado sinal de próxima calamidade.
Com o sangue de S। Pantaleão acontece o contrário. Quando passado o dia 27 de Julho, e PERMANECE LÍQUIDO, tanto em Espanha como em Itália, o fato é considerado má predição.
Em 1913, em Ravello, o sangue não secou no dia 27 de Julho e um ano depois, em 1914, começou a Grande Guerra.
O mesmo sucedeu no mosteiro da Encarnação em Madrid, onde o sangue se conservou líquido durante toda a Grande Guerra de 1914 a 1918 e na Segunda Grande Guerra de 1939 a 1945.
Em Julho de 1936 o sangue liquefaz-se no dia próprio, 27 de Julho, mas não tornou a secar, senão passados três anos, ao terminar a guerra civil, em 1939.
A 27 de Julho do ano passado, 1979, o sangue liquefez-se, mas desde então, há mais de um ano, não voltou a condensar-se. Será sinal de calamidades para a Espanha? E também para o mundo? O jornal "Cavaleiro da Imaculada", de 10 de Junho, publicou a seguinte carta escrita por um português residente em Madrid:
"O sangue de S. Pantaleão Mártir, que se venera em Madrid no Convento da Encarnação e que todos os anos se liquefaz no dia 27 de Julho, e se coagula a seguir, permanece liquefeito desde aquela data, o que é considerado como anúncio de calamidade. Sucedeu o mesmo antes da Primeira Grande Guerra; igualmente se verificou caso idêntico antes e durante o período da guerra civil de Espanha e ainda quando da 2ª. Grande Guerra Mundial.
Algumas freiras veteranas que vivem no mosteiro e foram testemunhas destes fatos passados, mostram-se apreensivas e pensam que algo de muito grave está para suceder".
A revista espanhola "Maria Mensajera" (nº. 64 de 1980) pergunta:
"Continua líquido desde há meses o sangue de S. Pantaleão. Quando isto aconteceu em ocasiões anteriores foi sempre prenúncio de catástrofes. E agora?..."
Sangue de São Pantaleão
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