Ursula Giuliani nasceu em Mercatello de Urbino, no ano de
1660. Aos sete anos de idade, ingressou no convento capuchinho de Citá de
Castelo, onde posteriormente tomaria o nome de Verônica. Já em sua infância
foram observados nela sinais de futura santidade. Ainda
menina, trazia no coração grande amor à
Nossa Senhora de forma que a penitência, a
mortificação e seu empenho sincero na caridade para com os
mais necessitados lhe imprimiam na alma verdadeira
santidade. Após a profissão, aumentou sobremaneira sua devoção à Paixão de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Sua personalidade, inicialmente, pendia para o mal da
teimosia, que acabava culminando em desabafos e
violentas explosões de ira. Com a graça divina, porém, a sua
energia individual conseguiu vencer estes defeitos e
veio a ser a religiosa mística que representa uma verdadeira glória para
os membros de sua Ordem, conseqüentemente para toda a santa Igreja.
Foi agraciada com a visão de Jesus Cristo com a cruz nas costas. A partir disso,
passou a sofrer uma aguda dor no costado. Em 1693, teve outra visão na
qual o Senhor lhe deu a tomar o cálice; Verônica o aceitou e, desde
aquele momento, os estigmas da Paixão começaram a gravar em seu corpo e sua
alma. No ano seguinte apareceram sobre sua fronte as marcas da coroa de
espinhos e no ano de 1697 formaram-se em seus membros as cincos chagas de
Nosso Senhor, precisamente numa Sexta-feira Santa, distinção esta
que lhe trouxe dolorosas provações.
Durante 34 anos desempenhou em seu convento o cargo de mestra de noviças. Onze
anos antes de sua morte foi eleita abadessa. Formava a suas noviças com o
exercício de perfeição e virtudes cristãs. Ao final de sua vida, Santa
Verônica, que durante quase 50 anos havia sofrido com admirável paciência,
resignação e alegria, se viu acometida de uma apoplexia. Morreu em 9 de
julho de 1727. Deixou escrito um relato de sua vida e suas experiências
místicas, que foi de grande utilidade no processo de beatificação.
Antes
de sua morte, havia dito ao seu confessor que os instrumentos da Paixão do
Senhor estavam impressos em seu coração. Lhe desenhou seu próprio
coração, representando estes instrumentos, pois dizia que os sentia porque
mudavam de posição.
Ao fazer-lhe a autópsia, na qual esteve presente o bispo, o
alcaide e vários cirurgiãos, descobriu-se uma série de objetos
minúsculos, que correspondiam aos que a santa havia desenhado. Seu corpo
se conserva incorrupto junto ao Mosteiro de Santa Verônica, na localidade de
Cittá di Castello, Umbria - Itália.
Reflexões:
A história nos deixou
registrado que Santa Verônica, apesar de suas virtudes adquiridas em
idade recente, teve também fraquezas humanas e pelo seu
temperamento era conhecida como pessoa teimosa e
que facilmente deixava-se levar por explosões de ira. Era,
portanto, uma mulher comum na vida cotidiana, porém, os atos de
fidelidade e devoção cristã permitiram o florescimento das mais belas virtudes
na absoluta compreensão das coisas de Deus, alcançando a santidade em
elevadíssimo grau. Peçamos a intercessão de Santa Verônica para que
possamos, como ela, vencer nossos defeitos e vícios agregados em
nossa peregrinação terrestre.
Fonte: http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/jul/ver0907.htm